terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O Melhor de 2013



Confesso a todos os leitores que as leituras que fiz não foram muitas. Nesta vida, uma pessoa nunca tem tempo para tudo o que quer fazer, seja ir a Inglaterra pela primeira vez na vida (a sério, estou a ficar fartinha de adiar para o ano que vem) seja para algo tão simples como ler os Jogos de Fome. Apesar de tudo, encontramos certas pérolas que não podemos deixar de mencionar. Neste caso falo de Mafalda de Sabóia de Diana de Cadaval. Este conta a história fictícia da primeira rainha de Portugal, esposa de D. Afonso Henriques e de como foi a sua vida na corte portuguesa de então. Para aqueles que, para além de História, gostam de ficção, este é um romance a não perder. Austen

Este ano posso não ter recomendações para livros mas há um facto muito simples que previne isso... Tenho tantos que parti as prateleiras velhas... os meus livros estão longe, à espera da nova casa, e os novos ainda não foram lidos devido aos trabalhos que ainda precisam de ser feitos... mas uma das melhores recomendações que se pode dar quando nenhuma novidade nos interessa é para se reler aquele livro que sabemos que não nos vai desapontar, aquele que até já está gasto e aquele que quase conhecemos de cor. Sabine

É-me difícil escolher um livro que tenha marcado este ano de 2013. Talvez o que me tenha causado algum impacto tenha disso E a Banda continuou a Tocar de Christopher Ward por se tratar de um relato sobre os últimos momentos da vitimas do naufrágio do Titanic. Fez-me pensar no horror que deve ter sido toda aquela tragédia. Desiludiu-me a forma como algumas famílias das vítimas usaram a tragédia para ganhar dinheiro e a forma como a memória de muitas pessoas não foi respeitada, algo que não é mencionado nos documentários sobre um dos maiores naufrágios do século XX. Desejo que 2014 traga muitas novidades literárias para a Espinha Quebrada. Bom ano caros leitores! Winter

Para mim 2013 foi um ano cheio de boas leituras, especialmente dentro da literatura portuguesa. Destaco três nomes que, através da sua mestria (completamente diferente entre eles, indo do extremo da prosa poética ao estilo limpo, preciso e arquitectónico) e imaginação, me ajudaram a enfrentar, com um novo fulgor, todos os desafios deste ano: Nuno Camarneiro, Gonçalo M. Tavares e João Tordo. De todos os livros, tenho de destacar As Três Vidas, de João Tordo, lido integramente na praia. Para dar ritmo a todas estas leituras, a minha grande companhia foi o novo álbum de Steven Wilson, The Raven That Refused To Sing. Pode-se dizer que estive muito bem acompanhada! Abro portas a 2014 com grande entusiasmo pela continuação desta viagem da Espinha Quebrada! K. Dalloway

Um acontecimento literário marcou indelevelmente o ano de 2013: o nascimento do Espinha Quebrada. (Neste exacto momento, o meu ego explodiu, sujando a sala de pretensiosas vísceras.)
Revendo as leituras que encheram os meus dias de alegrias e os meus olhos de dioptrias - rima e tudo -, tenho de destacar o meu encontro com Christopher Isherwood. Li Adeus a Berlim numa viagem à Catalunha, imaginando que o avião exíguo da Portugália me levava até à capital alemã durante a República de Weimar. A viagem foi curta mas, entre a ida e o regresso, fora as horas de espera no aeroporto, este livro revelou-se um bom companheiro. Além disso, encontrei uma velha conhecida, Miss Sally Bowles. Tinha-a conhecido há uns anos atrás no cinema (o que não é nada erudito, diga-se de passagem) através de Bob Fosse e no corpo e voz da fabulosa Liza Minelli. A. Zamperini

A Espinha Quebrada deseja a todos um Feliz Ano Novo! Que 2014 seja repleto de leituras!



segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

 

Título Original: Sonetos

         

 Autor: Florbela Espanca

       

Editora: Bertrand

   

 Páginas: 216









EU

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...

Sombra de névoa ténue e esvaecida,
E que o destino, amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!

Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber porquê...

Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver
E que nunca na vida me encontrou!



Alguns dos melhores sonetos de Florbela Espanca reunidos num livro que vale a pena ler!

Winter

 

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

As Melhores Leituras de Natal

O meu livro favorito de natal teria de ser este.
Já o tenho há alguns anos e todas as receitas têm anexos com algumas variações pessoais...
Embora todos sejam velho e ingratos o suficiente para só gostarem do mesmo tipo de sobremesa (Diga-se as básicas como mousse, bolo de chocolate, pudim de amêndoa e bolo de mel), não interessando quais tente criar. Este ano é tudo corrido a bolachas como presente. O ano passado foram todos tratados com rebuçados de mel caseiros. Sabine


Se todas as cartas de amor são ridículas, todos os contos de Natal são piegas. Bem, talvez esteja a exagerar. Até porque não sou uma especialista. Assim de repente, só me vem à memória o clássico Dickens. Não querendo confinar-me ao mestre inglês, dirigi as minhas preces a S. Google e descobri que, em tempos, Dostoevsky também se deixou tocar pelo espírito da quadra. Como o meu russo está um pouco enferrujado, li uma versão em inglês do conto: "The Beggar Boy at Christ's Christmas Tree" (procurem, está acessível online). Existe uma tradução para português publicada em 2011 na antologia de contos de Natal da colecção Biblioteca de Verão DN/JN. Sobre o conto, só resta dizer que é bem fiel ao seu autor. Portanto, esqueçam os "Jingle Bells". A. Zamperini


Os meus  contos preferidos são: um. Conto de natal de Charles Dickens  ea rapariga dos fósforos de H. C. Anderson. Os dois marcaram a minha infância mostrando-me que esta época é também uma altura para  nos lembrar de que há muitas pessoas que não têm o que  eu tenho. Dou graças  por ter a minha família reunida nesta altura  e por termos tanto para partilhar. Natal não é só prendas e uma mesa farta, é também uma boa altura para reflectir o porquê de só celebrarmos assim uma vez por ano. Winter

Um dos meus contos de Natal favoritos é um clássico, como não podia deixar de ser, conhecido por todos no mundo, nem que seja pela ligação com o nome original do Tio Patinhas da Disney. Sim, estou a falar do Conto de Natal de Charles Dickens, a famosa história, já imensamente adaptada para as salas de cinema (e mais recentemente para desenhos animados), de como o mesquinho e ganancioso Ebenezer Scrooge mudou a sua forma de ser graças à intervenção do seu falecido sócio Jacob Marley e de três espíritos do Natal. Austen

Uma das histórias sobre esta quadra festiva que mais me marcou foi um dos contos de Hans Christian Andersen: A Menina dos Fósforos. Não pela típica ternura natalícia, mas pelo choque gélido (habitual neste autor) que constitui a progressiva decadência do rosto da miséria, a menina; contudo, mesmo nas noites mais sombrias há sempre uma luz. Por outro lado, para aquecer o coração, é sempre bom reler A Noite de Natal, de Sophia de Mello Breyner Andresen. K. Dalloway

A Espinha Quebrada deseja a todos um Feliz Natal, aquecido por família, amigos e muitos livros!

sábado, 21 de dezembro de 2013

Morte por Teoria



Título: Manuais… não interessante;
Autor: Manuais… não interessante;
Editora: Manuais… não interessante;



Aviso:
Desinteressante. Tudo se torna desinteressante ao ser forçado;
Mesmo não sendo forçado é algo que não me é de todo interessante;

Recentemente acabou a época de entrega de trabalhos. E durante os últimos dois meses quase não houve tempo de ler outras coisas que não fossem livros de estudo aborrecidos, gramáticas tediosas e livros sobre teorias literárias que não interessavam quando foram escritas e continuam a não interessar por muito que os professores possam colocar ênfase sobre a sua “importância” e quão “interessante” é a teoria e como o autor “quebrou os padrões do pensamento” e demonstrou não sei muito bem o quê. Quando se ouve a mesma fórmula aplicada a cinco ou seis “inteligentes” “senhores” com tempo demais em mãos e que se se puseram a dissecar e criar “teoria literária” que apenas atrapalha quando queremos ler e apreciar um texto começa a desconfiar-se que algo não está exactamente bem.
E depois dizem-nos que temos de escolher uma teoria que subscrevemos mas que também é possível acreditar em todas as teorias ou descartá-las completamente.
Mas penso que disse em posts anteriores e volto a reiterar baseando nos últimos dois dolorosos meses de trabalhos que exigiam que se pegasse num texto ou textos e lhe cortássemos as palavras até termos pequenos pedaços de papel com cada conjunto de letras que formam uma palavra, impressos a negro e completamente desconectados do seu lugar e que deveríamos analisar pela forma como significavam e influenciavam quando estavam no seu espaço, com o que precedia e antecedia, mantendo-as no entanto isoladas enquanto palavras, procurando o número de ocorrências e variações.

Um conto é um conto. No sentido de livro, história…

Nada mais quer dizer ou fazer do que dar aquele que o lê momentos de entretenimento, emoções, vivências e perspectivas que de outra forma não experimentaria. Mesmo os textos feitos para pensar e transmitir teorias não pedem mais que se pense acerca deles, que se veja o mundo por outro prisma mesmo que por instantes.
Nada mais quer do que transmitir aquilo que o autor imaginou/teorizou. Procurar de forma obsessiva e forçada os seus significados em vez de deixar que a sua compressão flua naturalmente (e cada uma das vertentes possíveis se revele de acordo com o humor e conhecimentos que possuímos a cada leitura) é apenas rasgar o misticismo, mutilar o texto e estraçalhar-lhe as palavras com uma frieza científica que não deveria ter qualquer lugar nas Humanidades.

Sabine

PS: para uma outra visão sobre a mesma questão da análise referir a revista Visão e a Crónica de Ricardo Araújo Pereira:

PPS: Vão ler qualquer coisa e deixem todas as teorias e críticas para trás. 
No final de tudo a opinião dos outros acaba por não ser tão importante como a vossa própria apreciação.

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Book Depository

Atenção a todos os amantes da leitura! Não sei quantos de vocês já sabem o que vou escrever, mas se já souberem vale a pena saber mais sobre o assunto. Existe um sítio na Internet que ameaça levar-nos todos à falência se não tivermos cuidado. Um sítio que promete-nos o universo e que tem a capacidade de o cumprir. Um sítio onde podemos encontrar o que mais procuramos e caso não consigamos, avisam-nos quando o tiverem. Se ainda não adivinharam, estou a falar do Book Depository.
Este site inovador tem a política maravilhosamente tentadora de 'Todos os livros para Todos' e 'menos de mais' o que, apesar de fazer com que os stocks se esgotem facilmente, fornece aos seus cliente uma enorme variedade de escolha, desde romances a livros de turismo.
O sítio em si é relativamente intuitivo. Abrimos na primeira página onde nos aparecem as escolhas dos editores e um pequeno motor de busca, onde basta colocar uma palavra chave (nome do autor, título do livro, palavra aleatória do texto) para que nos surja uma imensa lista de possibilidades. Para quem cria conta na página - que é grátis, já agora - existe a possibilidade de colocar os livros em lista de espera se estiverem esgotados ou não, sobre os quais serão notificados uma vez que voltem ao stock ou caso o seu preço baixe.
Sendo um sítio criado e sediado em Inglaterra, é natural que a maioria dos livros seja de origem inglesa ou esteja em inglês. Contudo, têm também livros em espanhol, francês e até, vejam bem, português. A única desvantagem é que feita a encomenda, o envio (mais uma vez grátis) dos livros demora entre 7 a 10 dias úteis a chegar a Portugal.Mas sinceramente, quem se interessa por esses pequenos pormenores no dia-a-dia?

Austen

Morte No Nilo



Ora, eis um clássico que não precisa de apresentações. Seja pelo filme de 1978 seja pela escrita de Agatha Christie, Morte no Nilo é uma das histórias favoritas de todos os fãs do detective belga Hercule Poirot.
A glamorosa e rica Linnet Doyle (nee Rodgeway) parte num cruzeiro turístico pelo Nilo na companhia do seu novo marido Simon Doyle em lua-de-mel apenas para acabar com um balázio na cabeça dias mais tarde. O que ela não sabia ao embarcar é que para além da ex melhor amiga Jackie, de quem roubou o noivo, muitos dos passageiros teriam motivos para acabar com a sua vida. Independentemente do 'J' que surge escrito em sangue na sua cabeceira, parece que não foi Jackie a assassina. Então que foi?
Esta obra não foi a minha primeira escolha. Na verdade, já tendo visto o filme, à partida não teria razões para lê-la já sabendo o final. No entanto, havia algo que me intrigava: seria a escrita da Agatha Christie tão boa como a adaptação para a tela?
Tinha pessoas que me diziam que sim. Uma amiga de longa data era uma fã do Poirot e estava desde o liceu a insistir para que lesse as histórias, apesar de saber que policiais não são a minha praia. Mas este Natal, recebi um tablet. Durante o meu período na faculdade, ouvi imensa gente a falar dessa nova forma de ler chamada eBook, e apesar de achar inicialmente que apenas tocar num ecrã e percorrê-lo para virar a página é um bocado impessoal, já para não mencionar estranho, achei que era uma boa altura para experimentar tanto a nova tecnologia como a autora. Confesso que os eBooks não me deixaram entusiasmada, apesar da praticabilidade dos tablets (continuo a preferir a versão em papel, pelo que é com imenso pesar que peço desculpas adiantadas a todos amantes da natureza), mas Christie entrou definitivamente para a minha lista de autores predilectos.

Austen

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

GPS, escovas de dentes e barcos à vela






Jonathan Coe, A Vida Privada de Maxwell Sim, Lisboa, Publicações Dom Quixote, 2012.
(The Terrible Privacy of Maxwell Sim, 2010)







Maxwell Sim é um falhado. A mulher deixou-o, a filha não lhe liga, o pai trata-o com indiferença, não tem amigos (excepto os 70 do Facebook), odeia o emprego. Quando tenta meter conversa com uma rapariga no avião, ela impinge-lhe o tio. Assaltado no meio da rua, acaba a dar orientações ao ladrão para a estação de metro mais próxima. Chega a casa depois de um mês fora e encontra a caixa de email cheia... de anúncios sobre disfunção eréctil. E como se não bastasse, Maxwell Sim é um chato. O tipo de sujeito que tentamos evitar no metro porque, de certezinha, entre o Campo Grande e o Saldanha nos irá contar toda a vida e, no Marquês, já estará a confessar que a mulher o traiu com o canalizador. 
Mas não nos esqueçamos de uma coisa: Maxwell Sim é, fundamentalmente um homem só.
Ao abrir o livro, deparamo-nos com uma notícia: "Vendedor encontrado nu no carro". Um carro abandonado na berma de uma auto-estrada com duas caixas de cartão cheias de escovas de dentes na mala - é esta a imagem. Ora, esse vendedor é Maxwell Sim. Como a nossa personagem foi encontrada naqueles preparos? Bem, assim se aguça a curiosidade do leitor e se faz com que não largue o livro até à última página - e que últimas páginas! Ajuda, e muito, a prosa escorreita de Jonathan Coe. Pessoalmente, li-o num fim-de-semana (note-se que ainda são mais de 300 páginas).
O que mais há para dizer? Enfim, vão começar a ver o GPS com outros olhos...
A. Zamperini

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O Eco da Solidão

Título: O Ano Sabático
Autor: João Tordo
Editora: D. Quixote (Maria do Rosário Pedreira) - Janeiro de 2013
Páginas: 208

Um livro em dois tempos, uma história múltipla com uma sombra única, uma narrativa que circum-navega em torno de um mesmo intuito: a busca do eu através do outro. Na verdade, aquele torna-se neste, numa dança inquietante, mas inevitável. Uma melodia desconhecida, criada na mente de um, surge, inocente, na cabeça de um outro, latejando numa partilha que se torna num roubo, que se ergue como redenção. O intervalo dos tempos nesse compasso de busca transmite esse encontro, o descanso merecido do reflexo.

O Ano Sabático surge como uma aposta destemida de João Tordo em mergulhar no mundo da temática do duplo; tema já muito trabalhado no universo literário. Contudo, aquilo que poderia estar destinado ao grande fracasso da banalidade, ergue-se como mais uma obra-prima ao distinguir-se como um livro sem igual. Amante deste tema, O Ano Sabático fez-me colar a cada uma das páginas, sorver cada palavra e, perto da segunda parte do livro, ter um ataque em pleno comboio: o livro é mesmo muito bom e imprevisível, conseguindo fazer-nos submergir num clima de suspense, ao mesmo tempo que fazemos parte dos encontros e desencontros das personagens. É impossível não o ler de um fôlego.

Nele conhecemos Hugo, que, passados muitos anos a viver no Canadá, regressa a Portugal, para reencontrar nas suas raízes. É um homem mudado, que encontrou a sua paixão no contrabaixo e fez da sua vida a música. Após tempos conturbados, de dormência alcoólica, de uma letargia interior, vê-se em Portugal novamente, e tem de enfrentar muitos fantasmas. Instala-se em casa da sua irmã gémea e passa algum tempo com o seu sobrinho, Mateus, que, juntamente com a empregada, Dulcineia, vê a importância de Nutella, o seu contrabaixo, vislumbrando na melodia em Dó sustenido que habitava na cabeça do tio algo de mágico e misterioso. É assim que o grande acontecimento que abala todo o livro estoura numa noite em que Hugo sai com Elsa Gorsky (O Bom Inverno), a pedido da sua irmã, e ouve essa mesma melodia, algo que só existia dentro de si, a ser tocada por um pianista de renome, que para além do mais parece ser igual a ele: Luís Stockman.

Vários caminhos se entrecruzam e Hugo e Luís enveredam por percursos vertiginosos na busca de si mesmos, tentando decifrar a origem da tal melodia em Dó sustenido. Obsessão, orgulho, medo e prazer fundem-se nesta cega demanda pela conquista de todos os monstros, terminada através de um novo olhar, de um outro (que, em última análise, somos também nós próprios). Existirá um momento de apaziguamento num intervalo de silêncio?


K. Dalloway  

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

O Monte dos Vendavais

               Título Original:Wuthering Heights  

         

 Autor: Emily Brönte

       

Editora: Editorial Presença 

   

 Páginas:  320



Um dos clássicos da literatura  pertence a Emily Brönte, cujo o título é : O Monte dos Vendavais. A história é contada por  Ellen Dean, que trabalhou na casa do Monte, ao locatário da propriedade  Granja da Cruz dos Tordos, enquanto este se encontrava adoentado.
A história começa como pai  da família Earnshaw resolve fazer uma viagem e traz consigo um pequeno órfão, que todos acham ser um cigano, porém sua procedência nunca é revelada, ao qual dão o nome de  Heathcliff. Toda a afeição que o pai  pelo menino enciuma seu filho legítimo, Hindley. Sua irmã, Catherine, apaixona-se por Heathcliff.

Quando o Sr. e a Sra. Earnshaw morrem, Hindley sujeita Heathcliff a várias humilhações. Este passa a ser um homem bruto e melancólico. Apesar do amor entre ele e Catherine, ela decide casar com Edgar Linton, por esse ter melhores condições financeiras que   Heathcliff.

Heathcliff sai do Monte dos Vendavais e, anos mais tarde regressa  rico, chamando a atenção de Catherine e despertando ciúmes em seu marido. Catherine morre de parto algum tempo mais tarde. Heathcliff resolve vingar-se de Edgar e de Hindley.

E mais não digo, pois este é um daqueles livros que merece ser lido do inicio ao fim.  Uma grande história que foi inúmeras vezes adaptada ao cinema. Emily Brönte morreu cedo demais mais deixou como legado esta grande história que ainda hoje inspira muitos de nós a escrever.

Winter

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Shakespeare and Company

Numa esquina perto de Notre Dame, no fundo de uma rua coberta por plásticos que denunciam o suor recente do restauro, podemos encontrar uma livraria diferente. Qualquer amante de livros se irá perder neste pequeno cantinho, onde encontrará santuário. Ao contrário da maioria das livrarias que visitamos, feitas para vender e despachar o produto o mais depressa possível, aqui deparamo-nos com pessoas que devotam a sua vida aos livros e à arte de ler. Cada centímetro da loja está preenchido por objectos e memórias literárias: papéis, cadernos, rabiscos, capas, marcadores, máquinas de escrever, pianos com pautas inacabadas, posters de lançamentos de livros, rascunhos, mensagens, ilustrações… A principal presença pertence aos livros, que crescem por todo lado, reivindicando o seu domínio, o seu direito a serem venerados. Mas também a serem lidos, revistos, percorridos pelos olhos de cada leitor (que, aliás, é aquele que o insufla com vida).


Logo na rua, à entrada, encontramos estantes com livros em segunda mão, que já preencheram as horas de outrem e que agora se abrem novamente, ao humilde olhar do novo aventureiro. Ficamos expectantes, sentimos mesmo um frémito nervoso na ponta dos dedos quando os percorremos, procurando o eleito, aquele que iremos reivindicar. Quando o encontramos, sentimos que o universo está alinhado e é com esse conforto que entramos dentro da loja, para nos maravilharmos em estupefacção: existem estantes do chão ao tecto, ao longo de todo o estabelecimento. Mais: ali estão concentradas todo o tipo de publicações – de livros de bolso a edições de luxo (quase que conseguimos vislumbrar à nossa frente a história da edição de determinado título, acompanhando as preferências pontuais que ditam os diferentes matizes da arte de ler). Mesmo subindo escadas, os livros perseguem-nos em cada degrau, a cada passo, sendo acompanhados por caricaturas de autores conhecidos, ilustrações dos livros infantis mais populares, de post-its e papeis rasgados com notas de autores e citações que nos preenchem com a certeza do nosso amor pelo universo dos livros.
Toda a loja continua, intercalando divisões entre os livros que estão à venda e outros que se encontram disponíveis para leitura nos sofás que se assomam conforme exploramos este incrível ser feito de páginas soltas e memórias. Encontramos a cama do ocioso escritor, cuja inércia esconde a mais plena forma de vida, preenchida por aventuras e provações. Os livros são percorridos pela sombra dessa melancolia letárgica, mas transparecem em simultâneo o cansaço da descoberta e a alegria dos conquistadores. Assim como esta loja, todos os livros possuem essa magia de nos transportarem para universos paralelos, que nos resgatam da banalidade e da letargia.


No coração de Paris, esta loja que abriga livros em inglês é a prova viva de que a literatura pode quebrar todas as barreiras, pois, como encontramos escrito num papel rasgado, colado num dos degraus da escada que nos transporta para o piso superior, o grande desafio da escrita é «to write about real things magically» (Raymond Chandler).


K. Dalloway

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

O Cemitério de Praga





Umberto Eco, O Cemitério de Praga, Lisboa, Gradiva, 2011
(ed. original: Il Cimitero di Praga, Milão, RCS Libri, 2010)






Simone Simonini tem, além de um nome ridículo, um problema, no mínimo, incómodo: as súbitas perdas de memória. Mas não é coisa de se esquecer onde pôs as ceroulas ou o número da porta do barbeiro. Passam-lhe em branco dias inteiros. Acorda e pensa que é segunda quando, afinal, já vai na quarta. Vasculha os seus papéis e encontra anotações de um tal abade Dalla Piccola (e que vida atarefada tem esse homem do Senhor!), com o qual nunca na vida se cruzou, não obstante o facto de, pelos vistos, até partilharem a mesma casa.
- Pois, pois... O Doppelgänger de novo! Lá para o final, enigma resolvido: Simone Simonini e Dalla Piccola são mesmo. Et voilá! The end.
Lamento informar o caríssimo leitor mas não é esse o twist do enredo. Até porque essa é uma hipótese (óbvia) que ocorre a Simonini logo nas primeiras páginas e que o leva a perguntar "Quem sou?". Ora bem, aqui ficam alguns esclarecimentos da nossa personagem.
  1. "Amo a boa cozinha". Sobre isto, vale a pena saber um pouco mais: "Era preciso pelo menos meio quilo de carne limpa de novilho, um rabo, alcatra, salamezinhos, língua de vitela, cabecinha, salpicão, galinha, uma cebola, duas cenouras, dois talos de aipo, uma mão-cheia de salsa. Deixa-se cozer tudo durante tempos diferentes, de acordo com o tipo de carne. Mas, como lembrava o meu avô, e o padre Bergamaschi aprovava com enérgicos acenos da cabeça, assim que o cozido era colocado na travessa para servir à mesa, era preciso espalhar uma mão-cheia de sal grosso sobre a carne e verter nela algumas colheradas de caldo a ferver, para lhe fazer sobressair o sabor. Pouco acompanhamento, salvo algumas batatas, mas fundamentalmente os molhos, seja mostarda de uva, molho de rábano, mostarda de grãos de fruta, mas sobretudo (o avô não transigia), o bagnet verde: uma mão-cheia de salsa, quatro filetes de anchova, o miolo de um pão, uma colher de alcaparras, um dente de alho, uma gema de ovo cozido. Tudo finamente triturado, com azeite e vinagre". Tomaram nota?
  2. "Quem odeio? Os hebreus". Bem, pelos vistos, não odeia assim tanto, mas enfim...
  3. Os alemães, "o mais baixo nível de humanidade concebível", com "hiperactividade da função intestinal em prejuízo da cerebral" (Atenção: estou só a citar).
  4. Dos franceses, também não é grande apreciador: "O francês não sabe bem o que quer, excepto que sabe perfeitamente que não quer aquilo que tem."
  5. E dos italianos, ainda menos. "O italiano não é de fiar [...], coerente só no mudar de bandeira conforme o vento".
  6. Na mesma gaveta, coloca os maçons e os jesuítas, até porque "os jesuítas são maçons vestidos de mulher".
  7. "Odeio as mulheres". Para Simonini, mulher é sinónimo de meretriz, e estas ele só conhece de longe, pela passagem "prudente" por Brasseries que, nos idos Oitocentos, serviam algo mais do que cerveja e petiscos. "Alguém disse que as mulheres são apenas um sucedâneo do vício solitário, salvo que é necessária mais fantasia."
Em suma, Simonini odeia tudo e todos, excepto uns bons pitcchipacchi (Não perguntem...).
Mas, apesar de Simonini odiar tudo e todos, acontece-lhe tudo e cruza-se, efectivamente, com todos: missas negras, a Comuna de Paris, os Protocolos de Sião, mortes e ressurreições, jesuítas, maçons, carbonários, Garibaldi, Dumas, Freud...
- Portanto, um Forrest Gump de chapéu de coco.
Por aí, estimado amigo, por aí.
Mas antes que julgue tudo isto uma grande salsada, vale a pena frisar que, por detrás do enredado enredo, encontra-se a hábil pena de Umberto Eco que, como sempre nos tem habituado, polvilha generosamente de humor e ironia uma história temperada (vícios do ofício) pela erudição, ao combinar personagens e factos históricos com as aventuras e desventuras de uma personagem fictícia, aliás, a única fictícia em toda a história: Simone Simonini. Tudo isto, num tributo aos folhetins que, no século XIX, nutriam generosamente a imaginação dos leitores. Bom apetite!
A. Zamperini

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A Filha dos Mundos

Andei a vasculhar o velho baú. Andava à procura de umas fotografias de uma viagem que fiz há uns anos a Barcelona. Acabei por encontrar algo melhor: um portal para o mundo de Inês Botelho. A Filha dos Mundos é apenas o primeiro livro da saga O Ceptro de Aerzis, uma trilogia que conta a história de um mundo paralelo habitado por elfos através das aventuras de três mulheres que tomaram o trono e cuja missão é a protecção deste reino fantástico.
A Filha dos Mundos conta a História de Ailura, uma mulher cuja infância, como todas as infâncias é repleta de fadas, elfos e duendes, mas que é confrontada com a realidade de que estes existem de facto quando é levada para o seu mundo, o mundo de onde na verdade descende também.
Este sempre foi, depois de Harry Potter e d'As Brumas de Avalon, uma das minhas sagas favoritas. a forma como Inês Botelho faz uso da narrativa e dos diálogos, juntamente com as personagens encantadoras e independentes que criou - já para não dizer que deve ter sido das primeiras autoras a utilizar uma personagem do sexo feminino para o papel de A Escolhida - justificam plenamente por que é que as obras desta autora foram incluídas na Colecção Novos Talentos da Gailivro. Para quem ainda não leu nenhuma obra dela, aconselho-a vivamente. No meu caso, vou reler.

Austen

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

O Padrinho


Título Original: The Godfather

 

          Autor: Mário Puzo


       Editora: Bertrand Editora

 

    Páginas:  704



  Mário Puzo conta  a história da familia Corleone de forma simples e dinâmica, onde  situações concretas de pessoas que se encontram em situação frágil, sendo o único traço em comum entre elas, uma situação de absoluto desespero, para a qual procuram a ajuda e a protecção de Don Corleone, ao qual passam a chamar de “Padrinho”. A ajuda terá, obviamente, o seu preço, o qual será cobrado na hora exacta. A pessoa que é ajudada coloca-se sob a sua protecção, mas ficará, a partir daquele instante, devedora de uma lealdade incondicional ao seu benfeitor. O tratamento por “Padrinho” é sinónimo de uma afectividade da qual o patriarca é credor, sujeitando os seus aficcionados à lei do silêncio – a Omertà – face às autoridades oficiais e instituições do Estado, já que a Máfia continua a ser, como nos tempos medievais, um desafio à ordem estabelecida, constituindo um sistema de justiça paralelo. A Omertà protege este tipo de laços. Se esta lei é quebrada, cessa o dever de protecção do “Padrinho”, ficando o delator sujeito consequências que daí possam advir – a vendetta. Uma punição implacável, cruel, mas sempre coerente. Para Don Corleone a vendetta é um prato que se come frio, nunca esquecendo uma ofensa, como os felinos, característica que é também típica do temperamento sulfuroso e vulcânico dos sicilianos. Uma grande obra que deu origem à trilogia de Francis Coppola.


Winter


terça-feira, 12 de novembro de 2013

Arquitectos de luz e estrangeiros

Título: O Vendedor de Passados
Autor: José Eduardo Agualusa
Editora: Dom Quixote (10.ª Edição, Outubro de 2009)
Páginas: 232

«Um nome pode ser uma condenação. Alguns arrastam o nomeado, como as águas lamacentas de um rio após as grandes chuvadas, e, por mais que este resista, impõem-lhe um destino. Outros, pelo contrário, são máscaras: escondem, iludem. A maioria, evidentemente, não tem poder algum. Recordo sem prazer, sem dor também, o meu nome humano. Não lhe sinto a falta. Não era eu.»

N’O Vendedor de Passados conhecemos Félix Ventura, um albino que controla o tempo, desconstruindo o passado dos seus clientes, criando genealogias, terras e realidades novas, firmadas pelo testemunho da nomeação. Na verdade, a construção do tempo, de uma nova vida, firma-se num encadear de relatos criados, que transformam a realidade. A memória cimenta-se no testemunho, baseado num eco interior que confirma o poder da volatilidade do tempo, que se altera, lançando as suas raízes para o futuro, que brotam numa existência reinventada que cresce, cujos frutos podem ser deliciados por um outro passado, alterando o seu ciclo perante a evidência do inevitável. Só o instante é concreto: a metamorfose do tempo capturada num jogo de luz, desprovido de qualquer consequência.

Também testemunhamos a vivência plena dos sonhos através da voz de Eulálio, uma osga que fora um humano noutra vida. Inicialmente descrito como «um pequeno deus nocturno», é a encarnação da própria omnisciência da casa-barco, vivendo atormentado por ter sido o principal obstáculo da sua vida, saboreada ao ritmo dos outros. Presenciamos a transformação do estrangeiro em José Bushman, prova viva de que a realidade pode ser firmada como uma certeza, de que um enredo imaginário pode ser real: a imagem viva da transformação do eu num outro. Com Ângela Lúcia, o amor de Félix Ventura, uma caçadora de luz, aprendemos a importância do instante e o seu poder em encarar o futuro como sendo sempre algo de novo. E, por fim, para destabilizar, conhecemos o ministro, com a sua vertiginosa ganância de possuir uma vida austera, tomando essa ilusão como realidade, e o vagabundo, que traz consigo o fim da ilusão, desvendando a verdadeira história de duas personagens.
Neste jogo de ilusões, transportados pelo poder amorfo do tempo, todos tecemos a nossa história, o nosso eu, o nosso outro. Quem seremos?

«Ao chegarmos a velhos apenas nos resta a certeza de que em breve seremos ainda mais velhos. Dizer de alguém que é jovem não me parece uma expressão correcta. Alguém está jovem, isso sim, da mesma forma que um corpo de mantém intacto momentos antes de se estilhaçar no chão.»

K. Dalloway

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Barbárie Civilizacional



Título: The Conan Chronicles
Autor: Robert E. Howard
Editora: Orion Publishing Group


Aviso:
A fantasia não é um género em que todos concordem com a mesma fórmula;

Tolkien e o Senhor dos Anéis são vistos como o que de mais sagrado existe na cultura do High Fantasy e da literatura fantástica. E para muitos nos círculos do que é fantástico dizer que não se gosta ou algo de mau acerca da obra de J.R. Tolkien é um sacrilégio de proporções inimagináveis. Pois aqui vem a blasfémia. Tolkien é chato. Aborrecido. Demasiado focado em criar a história da Terra Média para criar personagens mais cheias. Tudo em Tolkien revolve em redor do MUNDO, da HISTÓRIA, da TERRA MÉDIA, digamos da antropologia e sociologia da fantasia. Vou mais longe no meu pontapé à relíquia e afirmo que os filmes me fazem acreditar e ter mais interesse nas personagens do que os livros. Geralmente não ocorre alguém afirmar que prefere o filme…
Mitigando as afirmações anteriores encontra-se o facto de ter a noção de que adoro os filmes porque tenho as informações do mundo que os livros me transmitiram. Por outro lado isto relega os livros a “manuais de turista”. O efeito que Tolkien exerceu na fantasia foi tal que muitos autores sentem a necessidade de começar o seu trabalho na área do fantástico com um mundo já cheio em que todos os detalhes do passado já devem estar escritos e cimentados, que devem existir línguas e canções. Para um mundo rico esses elementos devem "existir", ser mencionados masmo que não se tenham criado na realidade tangível, mas em Tolkien dominam e afogam tudo ao ponto de se tornar tedioso.
Há manchas deste tédio também em George R. R. Martin mas diluídas em personagens complexas, acção intensa e interessante, intrigas complexas. Simplesmente há uma pequena tendência para, de quando em quando, se perder a falar do mundo. Compreensível mas o que queremos saber é quem morre a seguir.

Na fantasia, opinião de Sabine, quem governa a acção, a história interessante, um mundo rico pintado com pinceladas largas, rápidas e brilhantes, abrangendo o horizonte ou mencionando o detalhe pertinente, que nos deixam interessados e a adivinhar é Robert E. Howard, mais especificamente nas pequenas histórias que relatam as viagens e aventuras de Conan o Bárbaro. O foco encontra-se no bárbaro que viaja como mercenário através da civilização, na sua reacção às intrigas e como escapa de batalhas, armadilhas, feitiçaria, monstros e governos. Livra-se do peso do mundo, focando-se apenas em si, nas suas necessidades e sede de aventura.
Não tem uma demanda para lá do combate e liberdade.
Não tem uma lealdade que não a si próprio o que não o impede de agir quando crê que algo se encontra errado. Ou lhe pagam o suficiente para se importar.
Acompanhamo-lo ao longo do tempo e guerra, da história em que o adolescente primeiro sai da Ciméria e entra em Zamora, na cidade dos ladrões, até ao momento em que através da espada domina o mundo. Bárbaro, ladrão, rei, conquistador…
A imagem de Conan é icónica hoje em dia e ironicamente completamente desfasada da personagem original. Na verdade a única instância em que ele se encontra de tanga nas histórias que Robert E. Howard escreveu, é exactamente em The Tower of the Elephant, a sua chegada a terras civilizadas. Nas histórias que se seguem adopta as armas e armaduras que mais lhe convêm. O mundo de Conan, a Hyborian Age, tem a sua própria história, uma forma de contar como se chegou àquela era, uma amálgama das culturas místicas e reais da história do mundo, mencionando desde Atlântida e Lemúria aos Pictos e Nords (vikings). E mesmo no conto das História do Mundo, onde tantos se perdem na vastidão, o sabor da acção e conflicto, do movimento e energia transparecem. Mas, sublinho, a História da Era Hyboriana é uma história em separado. Não a ler não prejudica a nossa visão do mundo de Conan. Não há uma necessidade do passado para se compreender o presente e quando a há é mencionada. Uma linha que refere que os Atlantes desapareceram. Que os Lemurianos regrediram. Que a magia tem grandes raízes em Shem. Por vezes não é preciso muito mais para se ver.

Larguem os preconceitos sobre o ícone e descubram o verdadeiro bárbaro como foi descrito por Robert E. Howard.

Sabine