sábado, 21 de dezembro de 2013

Morte por Teoria



Título: Manuais… não interessante;
Autor: Manuais… não interessante;
Editora: Manuais… não interessante;



Aviso:
Desinteressante. Tudo se torna desinteressante ao ser forçado;
Mesmo não sendo forçado é algo que não me é de todo interessante;

Recentemente acabou a época de entrega de trabalhos. E durante os últimos dois meses quase não houve tempo de ler outras coisas que não fossem livros de estudo aborrecidos, gramáticas tediosas e livros sobre teorias literárias que não interessavam quando foram escritas e continuam a não interessar por muito que os professores possam colocar ênfase sobre a sua “importância” e quão “interessante” é a teoria e como o autor “quebrou os padrões do pensamento” e demonstrou não sei muito bem o quê. Quando se ouve a mesma fórmula aplicada a cinco ou seis “inteligentes” “senhores” com tempo demais em mãos e que se se puseram a dissecar e criar “teoria literária” que apenas atrapalha quando queremos ler e apreciar um texto começa a desconfiar-se que algo não está exactamente bem.
E depois dizem-nos que temos de escolher uma teoria que subscrevemos mas que também é possível acreditar em todas as teorias ou descartá-las completamente.
Mas penso que disse em posts anteriores e volto a reiterar baseando nos últimos dois dolorosos meses de trabalhos que exigiam que se pegasse num texto ou textos e lhe cortássemos as palavras até termos pequenos pedaços de papel com cada conjunto de letras que formam uma palavra, impressos a negro e completamente desconectados do seu lugar e que deveríamos analisar pela forma como significavam e influenciavam quando estavam no seu espaço, com o que precedia e antecedia, mantendo-as no entanto isoladas enquanto palavras, procurando o número de ocorrências e variações.

Um conto é um conto. No sentido de livro, história…

Nada mais quer dizer ou fazer do que dar aquele que o lê momentos de entretenimento, emoções, vivências e perspectivas que de outra forma não experimentaria. Mesmo os textos feitos para pensar e transmitir teorias não pedem mais que se pense acerca deles, que se veja o mundo por outro prisma mesmo que por instantes.
Nada mais quer do que transmitir aquilo que o autor imaginou/teorizou. Procurar de forma obsessiva e forçada os seus significados em vez de deixar que a sua compressão flua naturalmente (e cada uma das vertentes possíveis se revele de acordo com o humor e conhecimentos que possuímos a cada leitura) é apenas rasgar o misticismo, mutilar o texto e estraçalhar-lhe as palavras com uma frieza científica que não deveria ter qualquer lugar nas Humanidades.

Sabine

PS: para uma outra visão sobre a mesma questão da análise referir a revista Visão e a Crónica de Ricardo Araújo Pereira:

PPS: Vão ler qualquer coisa e deixem todas as teorias e críticas para trás. 
No final de tudo a opinião dos outros acaba por não ser tão importante como a vossa própria apreciação.

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