sábado, 3 de agosto de 2013

Darwinia


"O que teria acontecido se...?" Uma pergunta típica de alguém que se arrepende de ter feito alguma coisa, ou de não a ter feito. Ou de alguém que tenta mudar o mundo. No caso de Robert Charles Wilson, a pergunta colocada é "O que teria acontecido se, no passado, tivesse de repente desaparecido parte da placa da Eurásia (que incluísse a Europa) e da Africa?" Mas também no seu caso, a resposta é dada pelo autor da pergunta na forma de romance.

Darwinia conta a história de um fotógrafo que, em 1912, com 14 anos testemunhou o espectáculo luminoso nos céus americanos, resultado desse mesmo desastre (ou "Milagre" como é chamado no livro). Este romance distópico relata as aventuras deste jovem intrépido pelo rio outrora chamado Reno e a redescoberta do continente que do dia para a noite surgiu no lugar do anterior.

Darwinia acaba por ser um romance mais de aventura a par da ficção científica, perfeitamente encaixado no tema da Distopia deste mês no sentido em que nos oferece uma prespectiva inteiramente nova do tema "o que poderia ter sido". No entanto, é-me impossível deixar de reparar no facto de ser sido a Europa a ir ao fundo e não a América. É como se a mensagem subentendida fosse "fora com o velho, que venha o novo." Uma filosofia perfeitamente justificável pelos séculos de evolução que a espécie humana sofreu nos milhares de anos.

Terá isto fundamento? Não sei e, na verdade, não tenho grande habilidade para ler os pensamentos de ninguém, muito menos do autor. Mas seja como for, tal não impede que eu considere esta uma das obras muito interessante.


Austen

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