sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A Colina das Bruxas

Penso que já mencionei o assunto antes, mas mesmo que me esteja a repetir vale a pena salientar mais uma vez que, para além dos grandes Clássicos da literatura (e por esta altura já devem ter-se todos apercebido da minha discriminante afeição pela literatura inglesa), o meu amor é o Oculto. A tal ponto que, em muitos aspectos, esta área já tomou controlo da maioria dos aspectos do meu quotidiano e, por consequência, os meus hábitos literários. A par de títulos como Um Conto de Duas Cidades, Norte e Sul e Amor de Perdição, a minha lista de leitura para 2014 engloba também High Magic's Aid de Gerald Gardner, A Queda da Atlântida de Marion Zimmer Bradley e A Filha da Floresta de Juliet Marillier. Mas para ser sincera, admito que todo o que envolve Magia e Natureza sempre me fascinou desde pequena, muito antes da saga de J.K.Rowling desempenhar o seu papel no meu despertar para...
Mas estou a divagar do tema, que é na verdade um dos livros que mais me surpreendeu depois do Harry Potter. Nem que seja apenas pela adaptação para o cinema, o trabalho de Bradley foi imortalizado dos corações dos leitores contemporâneos pela sua conhecida obra, As Brumas de Avalon, saga que relata a lenda do Rei Artur da perspectiva feminina e que atribui grande parte dos maiores e mais famosos feitos relatados na lenda como tendo sido, directa ou indirectamente, orquestrados pelas mãos das mulheres envolvida. Mas o que os leitores de Bradley que ficaram pelas páginas das suas Brumas (ou apenas pela grande tela) não sabem é que Bradley evolui de apelar ao feminismo para atribuir o poder total sobre o destino à mulher, concedendo-lhe através das páginas de A Colina das Brumas um poder que ao longo da história foi usurpado pelo macho da espécie.
Em A Colina, a bruxa, encarnada na personagem de Sarah Latimer, regressa à casa familiar em Nova Inglaterra, habitada anteriormente por uma tia-avó que nunca chegou a conhecer, após uma tragédia que lhe ceifou a família. Sarah chega à casa apenas para ser confrontada com o segredo da sua identidade - e os seus inúmeros passados - ao mesmo tempo que (pois claro, tinha que ser) se descobre apaixonada pelo jovem médico local.
Se tivesse que considerar que este livro tinha alguma coisa de mal, diria que, para além do cliché da luta entre o mal e o amor, é o facto de este livro associar a bruxaria principalmente a praticas de Magia Negra, quando qualquer pessoa que vasculhe um pouco pela Internet (e já nem digo pela Wikipédia) descobre que a bruxa, moderna ou não, está longe da imagem que o Feiticeiro de Oz plantou nas nossas cabeças. Seja como for, A Colina das Bruxas vale a pena ler pela acção, a narrativa e a apaixonante história que conta.

Austen

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