Título: Manuais… não
interessante;
Autor: Manuais… não
interessante;
Editora: Manuais… não
interessante;
Aviso:
Desinteressante.
Tudo se torna desinteressante ao ser forçado;
Mesmo não sendo
forçado é algo que não me é de todo interessante;
Recentemente
acabou a época de entrega de trabalhos. E durante os últimos dois meses quase
não houve tempo de ler outras coisas que não fossem livros de estudo
aborrecidos, gramáticas tediosas e livros sobre teorias literárias que não
interessavam quando foram escritas e continuam a não interessar por muito que
os professores possam colocar ênfase sobre a sua “importância” e quão “interessante”
é a teoria e como o autor “quebrou os
padrões do pensamento” e demonstrou não sei muito bem o quê. Quando se ouve
a mesma fórmula aplicada a cinco ou seis “inteligentes”
“senhores” com tempo demais em mãos e
que se se puseram a dissecar e criar “teoria
literária” que apenas atrapalha quando queremos ler e apreciar um texto começa
a desconfiar-se que algo não está exactamente bem.
E
depois dizem-nos que temos de escolher uma teoria que subscrevemos mas que
também é possível acreditar em todas as teorias ou descartá-las completamente.
Mas
penso que disse em posts anteriores e
volto a reiterar baseando nos últimos dois dolorosos meses de trabalhos que
exigiam que se pegasse num texto ou textos e lhe cortássemos as palavras até
termos pequenos pedaços de papel com cada conjunto de letras que formam uma
palavra, impressos a negro e completamente desconectados do seu lugar e que deveríamos
analisar pela forma como significavam e influenciavam quando estavam no seu
espaço, com o que precedia e antecedia, mantendo-as no entanto isoladas enquanto
palavras, procurando o número de ocorrências e variações.
Um
conto é um conto. No sentido de livro, história…
Nada
mais quer dizer ou fazer do que dar aquele que o lê momentos de entretenimento,
emoções, vivências e perspectivas que de outra forma não experimentaria. Mesmo
os textos feitos para pensar e transmitir teorias não pedem mais que se pense
acerca deles, que se veja o mundo por outro prisma mesmo que por instantes.
Nada
mais quer do que transmitir aquilo que o autor imaginou/teorizou. Procurar de
forma obsessiva e forçada os seus significados em vez de deixar que a sua compressão
flua naturalmente (e cada uma das vertentes possíveis se revele de acordo com o
humor e conhecimentos que possuímos a cada leitura) é apenas rasgar o
misticismo, mutilar o texto e estraçalhar-lhe as palavras com uma frieza
científica que não deveria ter qualquer lugar nas Humanidades.
Sabine
PS: para uma outra
visão sobre a mesma questão da análise referir a revista Visão e a Crónica de
Ricardo Araújo Pereira:
PPS: Vão ler
qualquer coisa e deixem todas as teorias e críticas para trás.
No final de tudo
a opinião dos outros acaba por não ser tão importante como a vossa própria
apreciação.
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